JOSÉ MARÍA BALLESTER

Medalha para a Preservação do Património 2021

O vencedor da Medalha de Conservação do Património em 2021 foi José María Ballester, em reconhecimento da sua carreira profissional, na qual se destacou por promover e pôr em prática uma noção ampla e integradora do património, sem o separar da paisagem e do território, dos seus recursos naturais e económicos, da sua cultura e dos conhecimentos tradicionais. Esta visão levou-o a criar iniciativas de desenvolvimento rural baseadas nessa perspectiva sobre o património, e que procuram gerar riqueza e fixar a população através da valorização dos próprios recursos naturais e culturais locais.

VÍDEO APRESENTAÇÃO DE José María Ballester E DA SUA OBRA

Video realizado por Irene Pérez-Porro  apresentando a obra de José María Ballester, graças à qual foram galardoados com a Medalha Richard H. Driehaus para a Preservação do Património 2021

Biografia

José María Ballester iniciou a sua carreira profissional como jornalista, primeiro no diário Madrid, e depois no ABC e no Blanco y Negro, onde foi responsável por uma secção especializada em património e planeamento urbano. Quando a Espanha aderiu ao Conselho da Europa, José María Ballester ganhou um concurso que lhe permitiria defender o património desta organização internacional. Ali, colaborou com Marcelino Oreja, que é um dos seus principais mestres. 

A sua experiência neste domínio ajudou-o a compreender que o património não podia ser compreendido, ou conservado, como uma série de elementos singulares desligados do território que os abriga, dos seus recursos naturais, dos seus habitantes ou das suas tradições, aquilo que ele chama de “inteligência” do território, uma vez que tudo isso está intimamente ligado.

Graças a esta visão transversal do património, reformou-se a estrutura do Conselho da Europa relativa a este domínio, para criar uma única Direcção da Cultura, Património Cultural e Natural, consolidando assim a necessária compreensão do património como algo intimamente ligado à paisagem, à sua cultura e estrutura sócio-económica, aos conhecimentos ancestrais que tornaram possível não só habitá-lo, mas também gerar riqueza sem esgotar os seus recursos.

Entre as suas muitas conquistas como Director da Cultura, Património Cultural e Natural do Conselho da Europa estiveram a sua participação activa na criação e implementação das Rotas Culturais Europeias – a primeira das quais foi o Caminho de Santiago (1987) -, na protecção do património Balcânico no contexto do conflito bélico que afectou a região, e na reestruturação da conservação do património em países como a Geórgia, após a queda da União Soviética. Um dos últimos documentos internacionais redigidos durante o seu mandato foi a Convenção Europeia da Paisagem (Florença, 2000), que promoveu precisamente a noção de que a conservação da paisagem deve ser entendida de forma ampla, como a gestão do próprio território, do ambiente da vida humana, sem definir algumas paisagens como mais ou menos importantes do que outras, e sem as separar das pessoas que nelas vivem e do património imaterial que contêm, da sua compreensão e dos seus conhecimentos sobre o território.

Quando deixou o Conselho da Europa em 2003, José María foi encarregado pela Fundação Botín, então presidida por Emilio Botín, de criar o Programa de Património e Território da fundação.  Trata-se de um projecto pioneiro de desenvolvimento rural, destinado não só a conservar o património do meio rural, mas também a gerar riqueza, fixar a população e promover os recursos do território em que foi implementado, primeiro no Vale de Nansa e Peñarrubia e actualmente em Valderredible.

Este programa foi uma aposta inicial para a conectividade e para a dinamização e modernização dos sectores económicos já existentes na área, de modo a que pudessem gerar mais e melhores oportunidades para os seus habitantes sem perder a cultura e os recursos naturais locais. 

Desta forma, desde o início, o programa assumiu que o património reside em todos os recursos económicos, culturais, naturais e paisagísticos de um território e, portanto, integrou todos os agentes e instituições locais.

José María Ballester é também membro fundador da Hispania Nostra, e tem sido muito activo nos órgãos directivos da Europa Nostra, e como membro do júri dos Prémios do Património Europeu.

Imagens

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Programa de desenvolvimento rural em Valderredible

Programa de desenvolvimento rural no Vale de Nansa

Trabalho no Conselho da Europa

Ceremonia de entrega de la Medalla Richard H. Driehaus 2021

La ceremonia de entrega del Premio Rafael Manzano 2021 a Sergi Bastidas y de la Medalla a la Conservación del Patrimonio 2021 a José María Ballester tuvo lugar la tarde del 17 de noviembre en la Real Academia de Bellas Artes de San Fernando de Madrid (RABASF).

El acto estuvo presidido por D. Tomás Marco, Director de la RABASF, D. Robert Adam, presidente de INTBAU UK y del Jurado de estos Premios, D. Alfredo Pérez de Armiñán, Vicedirector de la RABASF, D. José Luis García del Busto, Secretario General de la RABASF , D. Rafael Manzano, Académico de Número de la RABASF  y D. Pedro Navascués, Académico de Número de la RABASF  y Presidente de la Sección de Arquitectura.

Durante la ceremonia, D.Rafael Manzano y D. José Luis García del Busto homenajearon, en nombre de la RABASF, a D. Richard H. Driehaus, recordando su figura y su obra.

La laudatio de José María Ballester estuvo a cargo de D. Alfredo Pérez de Armiñán.

Vídeo em versão original:

Vídeo com tradução para espanhol: